quarta-feira, 13 de junho de 2012

32) Outras iniciativas da VARIG para melhorar e aprimorar o tráfego aéreo no país


Até meados para fins da década de 40, não se voava à noite nas linhas da VARIG. Eventualmente, se algum avião atrasava, costumava-se colocar nas margens da pista principal de POA lamparinas a querosene que produziam uma chama que, precariamente, marcava os limites da pista e permitia ao piloto fazer um pouso “mais ou menos”. Depois de construída a pista de concreto no Salgado Filho, sob instâncias, fiscalização e até um certo volume de recursos pela VARIG, tornou-se imperiosa a necessidade de balizar a pista nova com luzes, mesmo porque já tinham chegado os aviões CV-240 e se começava com vôos noturnos. Foi então que o genial Erni Peixoto inventou e fabricou um sistema de iluminação que se revelou excelente e foi instalado na pista de concreto do Salgado Filho. Não sei se o foi também instalado noutras pistas de outros aeroportos, mas de qualquer modo ficou servindo aos pilotos no S. Filho por vários anos. Consistia numa marcação em forma de “casinha” como as já usadas nas pistas em geral, de madeira. As do Peixoto eram de chapa de metal, e tinham em cada extremidade um farol “sealed beam” dos que se usava em automóveis na época. O sistema era ligado à Torre de Controle, onde havia um dispositivo que permitia regular a luminosidade dos “sealed bens” de fraca a muito forte, o que servia aos pousos com má visibilidade. Era um sistema eficiente, útil e barato. O único inconveniente era que as populações que viviam ao redor do aeroporto costumavam roubar os “sealed bens” para vendê-los a casas de peças de automóveis, o que obrigava Peixoto a manter um serviço de inspeção e substituição de peças no sistema.

Outra das contribuições da VARIG à aviação em geral, foi a instalação de uma rede de comunicação entre as cidades gaúchas e outras mais, muito eficiente. As estações de rádio, receptoras e transmissoras, foram também fabricadas por Peixoto, bem como os rádio-farois, instalados em todos os aeroportos em que a RG e outras operavam. O rádio-farois (NDB) permitiam a utilização dos goniômetros dos aviões na navegação e nas aproximações por instrumentos. A RG instalou NDBs de sua fabricação (era uma instalação dupla, com fontes de alimentação também duplas, para o caso de faltar energia elétrica no aeroporto) em várias cidades de Brasil, incluindo, por exemplo, Belém do Pará, onde a RG tinha interesse em ter um NDB devido à linha para NYC. Essa instalação tinha um problema com a localização da antena, pois na época o aeroporto era rodeado por selva densa, que absorvia a energia radiante do NDB, fazendo com que seu alcance, em vôo não fosse maior do que uns 80 a 100 Km, o que era pouco para os aviões que atravessavam a vasta Amazônia, sem qualquer apoio a não ser a navegação astronômica, quando havia condições, e nos aviões equipados para tal recurso.

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